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ANTOLOGIA

2022.2

Uma antologia perfeita de teoria arquitetônica não pode ser imaginada, porque um tal compêndio jamais poderia escapar das condições da forma. Por isso, as particularidades de qualquer argumento importam menos do que a estrutura comum da argumentação. [...]

A vontade de antologia expõe um desejo prevalente de continuidade genealógica e o desejo de reivindicar a vitória em relação aos conflitos teóricos em curso. Considerada a necessidade de conquista, resolução e, portanto, catarse, esses volumes expõem uma série difícil de deslocamentos e oscilações entre teoria, projeto e arquivo histórico. [...] (LAVIN, 1999, p. 498, tradução nossa)

Como forma de esquadrinhar e rastrear a produção contemporânea, considerando a proximidade de conclusão do primeiro quartel do século XXI, buscamos identificar aqueles ensaios, entrevistas, livros, manifestos e memoriais de exposição e de projeto que compõem uma bússola dos principais temas que vêm sendo discutidos por profissionais, historiadores, teóricos e críticos no campo da Arquitetura e Urbanismo.

Considera-se a possibilidade de formar, pouco a pouco, uma espécie de antologia teórica, tomando como base os volumes organizados por Ulrich Conrads (1970), Françoise Choay (1979), Joan Ockman (1993), Michael Hays (1998), Alberto Xavier (2003) e Abilio Guerra (2010a; 2010b). Tal esforço de agrupamento deverá passar, necessariamente, como indicado por Sylvia Lavin, por uma “condição da forma”. Considerando-se que praticamente tudo já se encontra disponibilizado virtualmente, será um grande desafio decidir como conter e ordenar, seja dentro de um livro ou hospedados em um endereço eletrônico, textos que por sua natureza mesma estão circulando, sendo compartilhados, descarregados e, eventualmente, impressos.

Restar-nos-á, como sempre, questionar as formas de acesso a estes documentos e as condições de trânsito das ideias. Por ora, a atividade se presta a fazer um primeiro trabalho de varredura, no qual a turma participa da seleção e leitura crítica de documentos que foram produzidos desde 2001. Cada estudante deverá elaborar uma resenha para o texto selecionado, marcando seu posicionamento crítico e evidenciando os diálogos que a obra promove.

referências

CHOAY, Françoise. O urbanismo: utopias e realidades, uma antologia. Tradução: Dafne Nascimento Rodrigo. São Paulo: Perspectiva, 1979.

CONRADS, Ulrich (ed.). Programs and manifestoes on 20th-century architecture. Tradução: Michael Bullock. Cambridge: The MIT Press, 1970.

GUERRA, Abilio (org.). Textos fundamentais sobre história da arquitetura brasileira, parte 1. São Paulo: Romano Guerra, 2010a. (Coleção RG bolso, 1).

GUERRA, Abilio (org.). Textos fundamentais sobre história da arquitetura brasileira, parte 2. São Paulo: Romano Guerra, 2010b. (Coleção RG bolso, 2).

HAYS, K. Michael (ed.). Architecture theory since 1968. Cambridge: The MIT Press, 1998.

LAVIN, Sylvia. Theory into history; or, the will to anthology. Journal of the Society of Architectural Historians, Nova Iorque, v. 58, v. 3, p. 494-499, Sep. 1999.

NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica, 1965-1995. Tradução: Vera Pereira. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

OCKMAN, Joan; EIGEN, Edward (ed.). Architecture culture, 1943-1968: a documentary anthology. Nova Iorque: Columbia Books of Architecture, 1993.

SYKES, Krista (org.). O campo ampliado da arquitetura: antologia teórica, 1993-2009. Tradução: Denise Bottman e Roberto Grey. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

XAVIER, Alberto (org.). Depoimento de uma geração: arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

seleção de textos

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